12 de junho de 2023 #ChileDemocratic

Cinco chaves para a política externa feminista

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No ritmo atual de progresso, alcançar a igualdade de gênero levaria aproximadamente 300 anos, de acordo com o último relatório da ONU Mulheres e do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA). Diante desse cenário, o Chile decidiu agir e se juntou à limitada lista de países com uma Política Externa Feminista (PFF).

Essas são as cinco chaves para entender o PEF e sua importância para o país e o mundo.

1. primeiro país sul-americano a implementar uma política externa feminista

O Chile se torna o primeiro país sul-americano a ter uma Política Externa Feminista, junto com Suécia, Canadá, França, Luxemburgo, Espanha e México. A Suécia foi a pioneira e, em 2014, adotou essa medida com o objetivo de acrescentar a perspectiva de gênero como base fundamental para o cumprimento efetivo dos interesses do país.

Nesse sentido, essa política reforça os princípios da democracia e da defesa dos direitos humanos e busca estabelecer o princípio da igualdade de gênero e da não discriminação como um princípio orientador da política externa do Chile.

2. promove a participação, a inclusão, a integração e uma abordagem intersetorial.

O PEF é participativo, pois visa abrir espaços para todos os atores em sua concepção e implementação; é inclusivo, pois busca garantir que seus benefícios cheguem a todos, tanto na esfera política quanto na comercial; é transversal, pois promove uma ação coordenada em todas as áreas de trabalho do Ministério das Relações Exteriores; e é interseccional, pois reconhece que a desigualdade não é apenas estrutural, mas também é moldada pela superposição de vários fatores.

3. Revisão da estrutura e da cultura institucional

A declaração de uma Política Externa Feminista visa promover uma ação externa coordenada com uma perspectiva de gênero em vários espaços, fóruns e mecanismos relacionados ao avanço da igualdade de gênero.

Mas ele também tem uma dimensão interna que está relacionada à estrutura e à cultura institucional. Nesse sentido, será realizada uma revisão de regulamentos, processos e protocolos, entre outros instrumentos organizacionais, a fim de acelerar a implementação das mudanças necessárias para reduzir as lacunas de gênero. Nesse sentido, o objetivo é aumentar a presença de mulheres nas embaixadas: em 2021, havia 14 mulheres encarregadas das embaixadas e missões chilenas no exterior e, em fevereiro de 2023, já eram 27.

Para dar continuidade e consolidar uma política que visa a uma maior participação das mulheres nos espaços de tomada de decisão, será proposta a criação de um Comitê Consultivo de Especialistas para apresentar às autoridades uma estratégia para avançar a paridade até 2030.

4. O Chile é pioneiro em uma abordagem inclusiva da política de comércio exterior

Fomos o primeiro país do mundo a incorporar capítulos de gênero e comércio em vários dos acordos de livre comércio que o Chile assinou com outros países, buscando abrir oportunidades para ampliar a participação das mulheres no comércio internacional. Assim, o PEF fortalecerá essa área, permitindo maior disponibilidade de dados com perspectiva de gênero, a possibilidade de compartilhar experiências no desenvolvimento de políticas de corresponsabilidade e outras que contribuam para a igualdade de gênero, o diálogo em organizações internacionais, entre outros.

Em 2016, o Chile incluiu o primeiro capítulo sobre esses assuntos em um acordo comercial bilateral ao assinar esse instrumento com o Uruguai, seguido pelos assinados com Canadá, Argentina, Brasil, Equador, Paraguai e, recentemente, com a União Europeia.

O Chile - juntamente com a Nova Zelândia e o Canadá - foi um dos primeiros a assinar um instrumento internacional dedicado a questões de gênero e comércio, chamado Acordo Global de Gênero e Comércio.

5. Mecanismos de monitoramento e avaliação

Um dos pontos mais importantes é ter mecanismos de monitoramento e avaliação em vigor, para que os objetivos e metas definidos possam ser medidos ao longo do tempo e, assim, eventualmente melhorados. A experiência em outros países mostrou que não existem mecanismos de monitoramento, e é particularmente difícil garantir que a política não se dilua com o tempo.

Por esse motivo, para ter metas, prazos, indicadores e responsabilidades claros, será criada a Divisão de Assuntos de Gênero para articular os esforços já existentes no Ministério das Relações Exteriores e para consolidá-los e fortalecê-los, de modo que não dependam de mudanças de autoridade. Também está disponível uma página da web com todas as informações, cápsulas explicativas e mecanismos articulados de acompanhamento.

 

 

 

 

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