Uma equipe científica concluiu recentemente o mapa mais completo da Via Láctea até hoje. A imagem foi divulgada pelo ESO (Observatório Europeu do Sul), uma organização intergovernamental de ciência e tecnologia, como o marco comemorativo da conclusão da pesquisa ATLASGAL, uma exploração de uma grande parte da galáxia.
Para isso, foi utilizado o instrumento APEX (Atacama Pathfinder Experiment - Atacama Pioneer Experiment), um telescópio de 12 metros que opera em comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos, instalado no platô Chajnantor.
O telescópio mapeou toda a área do plano galáctico observável a partir do hemisfério sul com mais detalhes do que qualquer outra pesquisa realizada até o momento, mesmo aquelas feitas a partir do espaço. Em uma conquista sem precedentes, a distribuição de gás e as regiões de formação de estrelas da Galáxia foram capturadas com grande precisão, gerando uma imagem de 187 milhões de pixels.
Carlos De Breuck, cientista do ESO, disse à BBC Mundo que os astrônomos têm "uma ideia geral de como as estrelas se formam a partir da condensação de nuvens de gás, mas faltam detalhes. Para saber, por exemplo, quais estrelas se formam a partir de que tipo de nuvens, precisamos de mais informações, precisamos mapear toda a galáxia para determinar em que condições elas se formam. Assim, o mapa resultante dessa grande pesquisa permitirá que eles explorem o meio interestelar da nossa galáxia, servindo como uma plataforma para novas descobertas.
Cientistas da Universidade do Chile, do ESO, do Instituto Max Planck de Astronomia e do Instituto Max Planck de Radioastronomia participaram desse projeto histórico.
Foto: ESO/APEX/ATLASGAL consortium/NASA/GLIMPSE consortium/ESA/Planck