A agricultura é uma das principais atividades econômicas do nosso país e já existem várias startups que estão inovando não apenas para melhorar o desempenho dos campos chilenos, mas também para combater as mudanças climáticas.
Drones, inteligência artificial, nanobolhas e plataformas de aluguel de máquinas são algumas das tecnologias que eles estão usando para revolucionar o campo. No Dia Internacional da Agricultura, nós o convidamos a descobrir como a agricultura chilena está criando o futuro.
Instacrops: a internet das plantas
Fundada em 2015 pelo engenheiro Mario Bustamante, a startup chilena Instacrops é um assistente virtual que permite que os agricultores visualizem informações históricas e, ao mesmo tempo, monitorem seus campos em tempo real por meio de um aplicativo que lhes permite detectar problemas com água, irrigação, fertilizantes, pragas e doenças. Os agricultores podem receber notificações sobre alertas de indicadores-chave do solo ou sobre a aproximação de eventos climáticos, diretamente em seus telefones celulares. Seu objetivo? Manter os agricultores totalmente informados sobre as necessidades de suas plantações. A startup tem operações nos EUA, Chile, Colômbia e México.
AgroMatch: o "Airbnb" das máquinas agrícolas
Considerado o "Airbnb" dos aluguéis de máquinas agrícolas, AgroMatch é uma plataforma criada em 2018 que permite que pequenos agricultores aluguem suas máquinas em épocas de pouco uso em outras áreas onde as estações não coincidem. Isso resolve o problema de subutilização do maquinário dos pequenos locadores, ampliando seu período de ocupação. Tudo isso, usando inteligência artificial e a Internet das coisas, que combina a demanda por maquinário com a oferta e a disponibilidade de leasing. A empresa permite que você alugue diferentes tipos de máquinas, bem como contrate ou ofereça serviços agrícolas, compre máquinas novas ou usadas e alugue ou venda máquinas.
AgroUrbana: agricultura vertical com luzes LED e cultivo hidropônico
Criado em 2018, AgroUrbana é a primeira empresa da América Latina a introduzir a agricultura vertical, que produz 100 vezes mais por metro quadrado do que a agricultura tradicional, e é possível graças à técnica hidropônica, que não utiliza solo, mas água e nutrientes. Sua tecnologia, baseada em luzes LED e cultivo hidropônico, permite o cultivo de vegetais com apenas 5% da água necessária para a agricultura tradicional. Seus fundadores, Cristián Sjögren e Pablo Bunster, criaram essa empresa em resposta a dois grandes desafios: alimentar uma população crescente levando em conta o impacto das mudanças climáticas; e a necessidade dos consumidores de saber mais sobre a elaboração dos produtos que consomem.
Wiseconn: otimizando a irrigação
A crise hídrica que o planeta enfrenta forçou muitos setores a se reinventarem. A agricultura não é exceção. Buscando contribuir para a redução do consumo de água, Wiseconn permite que os agricultores otimizem a irrigação por meio da automação, do controle e do monitoramento das plantações, com base em um software especialmente desenvolvido. A empresa, que tem mais de 12 anos de existência, já está presente nos Estados Unidos (onde alcançou 1.000 fazendas usando sua tecnologia) e está se expandindo para outros países da América Latina, começando pela Colômbia.
Altum Lab: inteligência artificial para prever fenômenos no campo
A startup Altum Lab - fundada em 2017 - utiliza um modelo de inteligência artificial chamado Bruna, um conjunto de algoritmos que, com base em informações históricas de empresas agrícolas e de aquicultura, prevê determinados fenômenos como, por exemplo, a produtividade das lavouras. O objetivo é resolver o problema de previsão de produção-demanda, com base na projeção de vendas, preço de venda e outras variáveis relacionadas à produção. Hoje, além de sua presença no Chile, a empresa tem operações no Peru, no Brasil e no México. Mas eles querem alcançar mais mercados na Ásia e na Europa: é por isso que estão na fase de levantamento de capital.
Kran Nanobubble: melhor desempenho com nanobolhas
Criado em 2017 por Jaime de la Cruz, Kran Nanobubble projeta soluções sustentáveis graças à sua tecnologia de nanobolhas: bolhas minúsculas e invisíveis que são incorporadas em um meio líquido e podem conter qualquer tipo de gás, como oxigênio ou nitrogênio. Elas têm diferentes aplicações na agricultura, como crescimento das plantas, saúde das colheitas, eficiência da água de irrigação, oxigenação e reutilização da água. Por exemplo, na agricultura, ao injetar nanobolhas de oxigênio nas raízes, elas absorvem os nutrientes com mais eficiência.
AgroDrone: inovando na aplicação de produtos fitossanitários
Usando drones, AgroDrone Chile é dedicada à aplicação de produtos fitossanitários de forma inovadora em comparação com as técnicas tradicionais de pulverização e fertilização. Essa tecnologia permite a aplicação eficiente em áreas de difícil acesso, como áreas com declives acentuados, onde não há estradas ou áreas próximas a florestas ou casas; evita a compactação do solo; reduz o uso de pesticidas em 30%; e reduz o uso de água.
AgroInventario: reduzindo as perdas agrícolas
Depois de descobrir que US$ 400 milhões por ano estavam sendo perdidos devido à má gestão de estoques no setor agrícola chileno, em 2019, Tomás Valenzuela e Vicente Pérez criaram a startup AgroInventarioque, por meio de uma balança eletrônica com software especial, consegue reduzir as perdas de produtos químicos, além de otimizar o tempo e os recursos nos armazéns agrícolas. Isso permite que os agricultores tomem decisões rápidas, comprem corretamente e reduzam a maturidade. Atualmente, eles trabalham com agricultores da região metropolitana até a região de Los Lagos, e estão buscando internacionalizar seus negócios.
Biotecnologia da Patagônia: algas para a agricultura
De Puerto Montt, no sul do Chile, Biotecnologia da Patagônia é uma empresa especializada na produção de extratos de algas marinhas da Patagônia, nutridas pela fria Corrente de Humboldt, o ecossistema marinho mais rico do mundo. Esses extratos são usados para apoiar os diferentes estágios da nutrição das plantas por meio de mais de 40 produtos à base de algas marinhas, para serem usados tanto na agricultura orgânica quanto na tradicional. Seus produtos estão agora presentes no Chile, Peru, EUA e, em breve, em outros países da América Latina.
Food for the Future (F4F): reutilização de resíduos orgânicos
Atender à necessidade de alimentos e reduzir a quantidade de lixo orgânico que acaba em aterros sanitários são os desafios que Cristián Emhart e Alejandro Tocigl decidiram enfrentar com o Food for the Future. Como? Alimentando esse lixo orgânico com um inseto (a mosca-soldado negra) que, em seguida, é transformado em alimento para peixes e animais. Com esse projeto, único na América Latina, eles evitam a superexploração dos recursos marinhos e o desmatamento ao substituir a farinha de peixe e a soja por essa proteína sustentável.
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