April 05, 2021 #Conhecimento e ciência

Observatório de Mudanças Climáticas: Chile quer se tornar um sensor global para mudanças climáticas

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O futuro de um mundo mais sustentável poderia ser construído com informações obtidas no Chile. Esse é o objetivo por trás da criação do Observatório de Mudanças Climáticas, que consistirá em uma rede de 8.000 quilômetros de sensores desde a cidade de Visviri, no norte do Chile, até o acampamento da geleira Union, na Antártica. Esse observatório possibilitará a produção e o uso das evidências mais valiosas do mundo sobre as mudanças climáticas por meio de uma rede de sensores instalados em todo o Chile.

Os dados coletados por essa rede incluirão informações sobre temperaturas, precipitação, nível do mar, radiação solar e velocidade do vento. Esses dados terão acesso aberto e serão padronizados para que possam ser usados para contribuir com a tomada de decisões com base em evidências científicas.

Como parte dessa estratégia, 21 estações de monitoramento serão instaladas na Antártica. Em 4 de dezembro, a primeira estação será instalada no Union Glacier Camp, no continente branco.

"Assim como os observatórios astronômicos aproveitam os céus claros do Chile para serem os olhos do mundo para explorar o universo, este observatório de mudanças climáticas aproveitará a geografia espetacular e única do Chile e nossa presença permanente na Antártida para manter um olhar atento a fim de combater as mudanças climáticas", explicou o presidente Sebastián Piñera durante o lançamento desta iniciativa.

O Chile tem uma série de atributos que o tornam o ambiente ideal para essa rede de sensores:

Em primeiro lugar, o Deserto do Atacama, no norte do Chile, tornou-se os olhos do mundo para a observação do universo. Durante os últimos 50 anos, o Chile criou as condições para receber observatórios astronômicos de última geração e 70% da capacidade instalada de telescópios do mundo está agora situada em nosso país.

O Chile é o país da Terra que se estende pelo maior número de latitudes. Ele se estende por mais de 8.000 quilômetros (4970 milhas) desde o norte, que tem pouquíssima chuva e uma alta temperatura média anual, até o sul, que tem muita chuva e baixas temperaturas, estando no extremo sul do planeta. Isso coincide com a necessidade de ter mais informações climáticas no Hemisfério Sul, que foi expressa pela comunidade internacional.

Em terceiro lugar, a Antártica está entre os reguladores climáticos mais importantes do mundo e tem um poderoso efeito moderador sobre o clima do Chile, influenciando a produtividade de nossos oceanos e a existência do deserto no norte do país. Portanto, ela pode ser uma fonte em potencial de respostas sobre a mitigação e a adaptação ao clima.

Essas respostas são particularmente necessárias para o Chile, um país vulnerável às mudanças climáticas, mas são importantes para responder a um desafio urgente enfrentado por toda a humanidade.

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