Llelliuquen é uma palavra mapudungun que significa a expressão máxima de amor e respeito pela cultura mapuche. É isso que Genoveva Neculman, uma empresária mapuche de Piedra Alta, em Puerto Saavedra, quer incutir na experiência que oferece aos turistas que visitam seu resort homônimo.
Ügnü Llelliuquen é o projeto turístico que Neculman dirige com seu marido e três filhas; um lugar que tem cabanas para acomodação, uma ruka e um pomar onde plantam murtillas, uma fruta local que é a principal matéria-prima para os produtos orgânicos que vendem.
Longe de ser apenas um destino de férias, a empresária descreve essa iniciativa como uma experiência familiar. "Minhas visitas não são visitas, elas fazem parte da minha ruka, são minha família", diz Neculman, acrescentando que oferecer um bom atendimento e serviço àqueles que passam por Llelliuquen é seu maior desejo: "Isso é tudo para mim, então estou satisfeita".
Além de oferecer acomodações e artesanato, Neculman conta histórias e compartilha a cosmovisão de sua cultura com os visitantes. "Dentro da ruka eles compartilham o mate conosco, nós conversamos, eu dou palestras a eles", diz Genoveva sobre os dias junto à fogueira, acrescentando que um de seus principais ensinamentos é que tudo é possível na vida. "Querer é poder, e é isso que tenho tentado fazer nesses anos de minha vida. Sou uma mulher de 61 anos, orgulhosa de tê-los, porque não foram em vão. Eles foram uma luta.
A esse respeito, Genoveva analisa como a explosão social e a subsequente chegada da pandemia afetaram seu negócio. Embora o número de visitas tenha caído, ela prefere ver o panorama com otimismo, pensando que isso nada mais é do que sinais de um ser superior, seu criador: "Ele está tentando nos dizer algo com tudo isso. Espero que ele esteja preparando algo bonito para nós, onde possamos nos abraçar no futuro", diz.
Por fim, Neculman reflete sobre os valores que a impulsionam, sua cultura e sua empresa de turismo. Ela diz que o respeito, incorporado na palavra Llelliuquen, é algo essencial em sua vida. Respeito independentemente da cultura, da cor política e até mesmo da cor da pele.
"Sou uma mulher mapuche: uma mulher da terra, do esforço, da luta. É isso que faz com que os turistas queiram voltar", explica Genoveva. "Não é que eu faça um show para os turistas: eu sou assim.
Outras notícias relacionadas
