Septiembre 30, 2022 #Ciência e Conhecimiento

Ciência Antártica: As 7 linhas de investigação impulsionadas pelo Chile

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Mudanças climáticas, resiliência e adaptação do ecossistema antártico são algumas das áreas de estudo que buscam fortalecer e aprofundar o conhecimento sobre o ambiente polar.

Em 30 de agosto de 1916 ocorreu a primeira ação do Estado chileno na Antártica, a qual consistiu no resgate do piloto da Armada do Chile, Luis Pardo Villalón, da tripulação que participava da expedição imperial transantártica, liderada por Sir Ernest Shackleton.

Hoje, 106 anos após, nosso país está presente no Continente Branco com 14 bases e refúgios em diferentes partes do território antártico chileno. Em 1964 foi criado o Instituto Antártico Chileno, o qual tem como parte de seus objetivos incentivar o desenvolvimento da investigação científica na região. Atualmente o Programa Nacional de Ciência Antártica conta com 7 linhas de investigação:

1. O estado do ecossistema antártico 

O seu objetivo é entender os padrões atuais de diversidade biológica para diferenciar os impactos de processos a com base em sinais do passado, e compreender e desenvolver cenários futuros com uma abordagem multidisciplinar. Essas investigações permitiram avaliar a contribuição das mudanças climáticas nos processos evolutivos, tanto nos ecossistemas marinhos como nos terrestres.

2. Limiares antárticos: resiliência e adaptação do ecossistema

O Oceano Antártico e o continente antártico não são imunes aos efeitos das atividades dos seres humanos. O aumento da temperatura atmosférica e da superfície do mar, a retração do  gelo, a acidificação dos oceanos, as mudanças nos regimes dos ventos, a contaminação por plásticos e a crescente presença humana são fenômenos observáveis cujas tendências se tornam mais evidentes a cada ano. Esta linha estuda como os organismos antárticos se adaptaram às condições peculiares desta região e como poderiam responder às mudanças ambientais.

3. Mudanças climáticas na Antártica

A ameaça de uma crise climática global exige urgentemente tanto a capacidade da humanidade de compreender os aspectos fundamentais das recentes mudanças ambientais como para executar ações. Esses projetos de investigação focam nas respostas às perguntas associadas com a variabilidade climática em diferentes escalas temporais e espaciais, considerando a caracterização dos processos e a variabilidade da criosfera e as interações com os geosistemas terrestres, atmosféricos e oceânicos associados. 

4. Astronomia e ciências geológicas 

Os projetos desta linha de investigação concentram-se no estudo e na compreensão das interações entre o meio terrestre e o criosférico. Busca-se o conhecimento dos processos que ocorrem dentro e nas interfaces dos sistemas terrestres, oceânicos, criosféricos e atmosféricos do planeta. Esta área também integra projetos nas disciplinas de física espacial e observação astronômica.

5. Biotecnologias

Esta linha de investigação considera as características moleculares, metabólicas e fisiológicas dos organismos antárticos, em um esforço para utilizá-los ou seus derivados (biomoléculas) para a criação ou modificação de produtos, aplicações ou processos para usos específicos. Eles podem incluir propostas de soluções inovadoras para problemas como a estiagem, a otimização da energia ou as batalhas contra bactérias, entre outras.

6. Pegadas humanas na Antártica

Promove o estudo do impacto da pegada humana na Antártica através da detecção de compostos orgânicos persistentes na fauna e outros compostos químicos nocivos introduzidos pelo turismo, pelas operações logísticas e pelas atividades científicas. Algumas perguntas que procura responder são: quais consequências significativas serão observadas em função dos impactos antropogênicos no ecossistema antártico? Como os seres humanos e os patógenos afetarão os ambientes antárticos e como se adaptarão a eles? Como os mecanismos regulatórios irão evoluir para lidar com o crescente ritmo do turismo antártico?

 7. Ciências sociais e humanas

Estes ramos de estudo cumprem um papel essencial na reflexão sobre o futuro do país e do mundo em relação à Antártica. Nesta linha busca-se responder perguntas simples, mas profundas: Como podemos distinguir as mudanças ambientais naturais das provocadas pelo homem? Como este conhecimento afeta a governança antártica? Como as pressões externas e as mudanças nas configurações geopolíticas de poder afetarão a governança e a ciência antártica?

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