13 de junho de 2023 #Imagem do Chile

Cinco informações-chave sobre a Política Externa Feminista

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No ritmo atual de progresso, alcançar a igualdade de gênero levaria aproximadamente 300 anos, de acordo com o último relatório da ONU Mulheres e do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA). Diante desse cenário, o Chile decidiu agir e se juntou à limitada lista de países que possuem uma Política Externa Feminista (PFF).

Abaixo estão cinco informações importantes para entender o FFP e sua importância para o Chile e o mundo.

1. primeiro país sul-americano a implementar uma política externa feminista

O Chile se torna o primeiro país sul-americano a ter uma Política Externa Feminista, junto com Suécia, Canadá, França, Luxemburgo, Espanha e México. A Suécia foi a pioneira e, em 2014, o país adotou a medida para acrescentar a perspectiva de gênero como base fundamental para o cumprimento efetivo dos interesses do país.

Nessa mesma linha, a política reforça os princípios da democracia e a defesa dos direitos humanos, buscando estabelecer a igualdade de gênero e a não discriminação como princípios orientadores da política externa do Chile.

2. promove a participação, a inclusão, a transversalidade e uma abordagem intersetorial

O FFP é participativo, pois visa a abrir espaços para todas as partes interessadas em seu projeto e implementação. É inclusivo, pois visa a que seus benefícios cheguem a todos, tanto na esfera política quanto na comercial. É transversal, pois promove ações coordenadas em todas as áreas de trabalho do Ministério das Relações Exteriores. E é interseccional, pois reconhece que a desigualdade não é apenas estrutural, mas também configurada pela sobreposição de vários fatores.

3. Analisa a estrutura e a cultura institucional

A declaração de uma Política Externa Feminista promove ações coordenadas de política externa com uma perspectiva de gênero em vários espaços, fóruns e mecanismos relacionados ao avanço da igualdade de gênero.

Mas também tem uma dimensão interna relacionada à estrutura e à cultura institucional. Nesse sentido, permitirá a revisão de regulamentos, processos e protocolos, o que acelerará a implementação das mudanças necessárias para reduzir as lacunas de gênero. Nesse sentido, visa a aumentar a presença de mulheres nas embaixadas. Em 2021, havia 14 mulheres encarregadas das embaixadas e missões chilenas no exterior; e em fevereiro de 2023, havia 27.

Para dar continuidade e consolidar uma política que visa a uma maior participação das mulheres nos espaços de tomada de decisão, o FFP propõe a criação de um Comitê Consultivo de Especialistas que apresentará uma estratégia às autoridades para progredir na paridade até 2030.

4. Chile, um pioneiro na concessão de uma perspectiva inclusiva à política de comércio exterior

Fomos o primeiro país do mundo a incorporar capítulos de gênero e comércio em vários acordos de livre comércio que o Chile compartilha com outros países, buscando abrir oportunidades para ampliar a participação das mulheres no comércio internacional. Assim, o FFP fortalecerá essa área ao permitir maior disponibilidade de dados com perspectiva de gênero e a possibilidade de compartilhar experiências no desenvolvimento de políticas de corresponsabilidade, bem como outras que contribuam para questões como igualdade de gênero e diálogo em organizações internacionais.

Em 2016, o Chile incluiu o primeiro capítulo sobre esses assuntos em um acordo comercial bilateral, assinando-o no instrumento com o Uruguai. Em seguida, foram assinados os acordos com Canadá, Argentina, Brasil, Equador, Paraguai e, recentemente, com a União Europeia.

O Chile, juntamente com a Nova Zelândia e o Canadá, foi um dos primeiros países a assinar um instrumento internacional dedicado a questões de gênero e comércio, denominado Acordo Global de Comércio e Gênero.

5. Mecanismos de monitoramento e avaliação

Um dos pontos mais importantes do FFP é ter mecanismos de monitoramento e avaliação, para que os objetivos e metas estabelecidos possam ser medidos ao longo do tempo e, assim, melhorados. Como foi verificado na experiência de outros países, não houve mecanismos de acompanhamento e é especialmente difícil que as políticas não se diluam com o tempo.

Por isso, para ter metas, prazos, indicadores e responsáveis claros, será criada uma Divisão de Assuntos de Gênero para coordenar os esforços já estabelecidos no Ministério das Relações Exteriores e para consolidá-los e fortalecê-los, de modo que não fiquem vulneráveis a mudanças de autoridade. Também está disponível um site com todas as informações, material explicativo e mecanismos de monitoramento articulados.

 

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