29 de novembro de 2020 #Vida e cultura

Contribuições de não-ficção para o cinema chileno

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Essa é a primeira vez que um documentário chileno é escolhido para a prestigiosa competição. A decisão foi tomada pelos membros da Academia de Cinema do Chile (240 profissionais da área), o que já é uma grande conquista para o longa-metragem. Mas essa não é a primeira vez que a produção é reconhecida recentemente.

Há dois meses, The Mole Agent também foi escolhido para concorrer ao Prêmio Goya 2021 e, no início deste ano, teve uma participação bem-sucedida no Sundance Festival, onde começou a conquistar o público internacional. Esta será a segunda vez que a diretora concorre ao principal prêmio ibero-americano, depois que seu filme de 2014, Tea Time (La Once), foi escolhido para representar o Chile na competição de 2016. Alberdi está abrindo caminho para cineastas chilenos que buscam fazer história por meio da não ficção.

O documentário acompanha o que acontece quando um detetive particular chamado Rómulo é contratado por uma cliente para investigar a casa de repouso onde a mãe dela mora. Ele decide treinar Sergio, uma viúva de 83 anos que nunca trabalhou como detetive, para morar na casa por um tempo como agente disfarçado. Isabel Plant, uma jornalista de entretenimento que apresenta a Radio Pauta, diz que o Chile tem excelentes documentaristas de várias gerações. "Sempre temos cerca de dez documentários que participam de festivais internacionais com histórias superinteressantes a cada ano", diz ela. A jornalista explica que isso já acontece há algum tempo graças a diretores como Patricio Guzmán e Ignacio Agüero. "Temos excelentes documentaristas.

O gênero tem feito contribuições importantes há anos. Tornou-se mais popular recentemente, em parte devido a iniciativas como a Miradoc, que exibia documentários nos cinemas até o início da pandemia. Também há muitos documentários sobre o mundo da música. Os documentários chilenos sempre tiveram sucesso, mas se tornaram realmente populares recentemente por causa da geração de Maite Alberdi, e isso é muito bom", diz ela. Filme chileno em nível internacional Enquanto o documentário de Maite Alberdi abre um novo caminho para o gênero, o filme chileno de não ficção tem recebido boas notícias nos últimos 15 meses. Cinco produções locais ganharam prêmios em festivais internacionais. Entre elas estão The Cordillera of Dreams (La cordillera de los sueños, dirigido por Patricio Guzmán) no Festival de Cannes de 2019, I Never Climbed the Provincia (Nunca subí el Provincia, Ignacio Agüero) no Festival de Documentários de Marselha em 2019, Songs of Repression (Cantos de repressão, Estephan Wagner) no Festival de Copenhague em 2020, The Other One (El otro, Francisco Bermejo) no Festival Visions du Réel de Nyon 2020 e Night Shot (Visión nocturna, Carolina Moscoso), que recentemente ganhou o Grande Prêmio na Competição Internacional do Festival Internacional de Cinema de Marselha. O cinema chileno está se saindo muito bem no exterior, e seu sucesso não se limita às ofertas de documentários. Isabel Plant explica: "Estamos presentes em todos os festivais. A geração de Pablo Larraín e Sebastián Lelio abriu novos espaços, com diretores chilenos dirigindo produções de Hollywood e filmes em outras esferas importantes da indústria, e isso é muito atraente.

Há um grande interesse pelo cinema chileno em nível global", diz ela. No entanto, a jornalista diz que o desafio atual é conquistar o público local. "Nos últimos anos, as vendas de bilheteria dos filmes chilenos foram dramáticas. O streaming está abrindo novas portas. Filmes comoTengo Miedo Torero ( Meu Terno Matador ) tiveram um grande sucesso em termos de visualizações, assim como os títulos chilenos disponíveis via Ondamedia, sem dúvida mais do que nos cinemas", concluiu.

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