A quinta-feira, 6 de novembro, marca o 80º aniversário da data histórica em que o Presidente Pedro Aguirre Cerda estabeleceu os limites do Território Antártico Chileno, em 1940. Apesar desse anúncio, a presença chilena no território não se tornou efetiva até 1947, quando foi instalada a primeira base na área, chamada Arturo Prat. Seguiram-se as bases Bernardo O'Higgins (1948), Gabriel González Videla (1951), Pedro Aguirre Cerda (1955), Rodolfo Marsh (1969) e outras. Atualmente, o Chile tem 12 bases em seu território antártico.
Foi em 1959 que esse território começou a tomar forma como um foco científico interessante. Em 1º de dezembro daquele ano, o Tratado da Antártica foi assinado em Washington ou o Sistema do Tratado da Antártica (ATS), que designa a Antártica como uma região de paz e cooperação para pesquisa científica, além de abordar questões relacionadas a reivindicações de soberania.
Desde então, o Chile tem concentrado suas ações nesse território em logística, pesquisa científica, proteção ambiental e colaboração internacional.
Para apoiar a exploração e incentivar o estudo da área, em 1963 o governo criou o Instituto Antártico Chileno (INACH), um órgão público subordinado ao Ministério das Relações Exteriores, que visa a um dos principais objetivos da ATS: realizar pesquisas científicas de qualidade.
"O INACH coordena todas as pesquisas realizadas na Antártica e também promove algumas linhas de pesquisa que são estratégicas para o Chile. Por exemplo, o alcance das mudanças globais que estão ocorrendo e que afetam a Antártica e que percebemos por meio de pesquisas que afetam o futuro do país", diz o Dr. Marcelo Leppe, diretor do Instituto Antártico Chileno."Um de nossos objetivos é exaltar e levar ao conhecimento do público a importância da Antártica para um país que está traçando seu destino", acrescenta.
Além disso, Leppe explica que o Chile configurou um eixo de 3.000 km com capacidades para a ciência antártica - entre Punta Arenas e o Glaciar Unión - e que o INACH está desenvolvendo mais de 100 projetos científicos, integrando mais de 350 pesquisadores: "Cerca de 20% deles são de cooperação internacional, o que permite que nossa pesquisa tenha um alcance global", explica o diretor.
Atualmente, 53 países são membros do ATS e 22 países utilizam Punta Arenas como porta de entrada para a Antártica, sendo a principal rota da ciência para o Continente Branco. Desde 1947, o Chile mantém bases em diferentes setores da Antártida, ano em que o país vem cumprindo os princípios consagrados no ATS: dedicar esse continente à paz e à ciência, dentro de uma estrutura de intensa colaboração internacional, contribuindo com conhecimentos de alcance global.