19 de junho de 2021 #Turismo e esportes

Chile: um país de surfe, como descrito por seus surfistas

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O surfe fará sua estreia nos Jogos Olímpicos deste ano e o Chile será representado por Manuel Selman. A geografia chilena e os talentosos atletas fazem do Chile um país incomparável para esse esporte.

Pichilemu, na região de O'Higgins, é conhecida como a capital do surfe no Chile. Mas não podemos falar apenas de um lugar quando se trata de surfe. A antiga Ilha El Alacrán (onda El Gringo), em Arica, é o único lugar do país onde foi realizado o Campeonato Mundial de Surfe, mas há outros pontos excelentes em Iquique (região de Tarapacá), Viña del Mar (região de Valparaíso), Totoralillo (região de Coquimbo), Motu Hava na enseada de Hanga Roa (Rapa Nui) e Curanipe (região de Maule).

"Nosso longo litoral é rico e variado nos tipos de ondas que possui", explica o presidente da Federação Chilena de Surfe, Matías Álvarez. "No Chile, é possível praticar o surfe em todos os tipos de condições e temos ondas constantes durante todo o ano. Além disso, o surfe é um esporte para todas as idades, gêneros e grupos sociais. O grande número de praias significa que você pode praticar o surfe sem que elas estejam lotadas de pessoas. É por isso que os estrangeiros estão sempre nos visitando e eles, por sua vez, influenciam o desenvolvimento de nossos atletas", afirma.

Os números da Federação Chilena de Surfe mostram que há 15.000 surfistas e 37 clubes de surfe no Chile. O esporte se tornou tão forte no país que a equipe chilena terminou em lugar nos ISA World Surfing Games, realizados em El Salvador em maio e junho. A equipe foi representada por grandes surfistas, como Estela López, Lorena Fica e Manuel Selman, este último que conseguiu se classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio, onde o esporte fará sua estreia.

No Dia Internacional do Surfe, alguns dos mais importantes surfistas chilenos nos contam o que os motiva e as características que fazem do Chile um país do surfe.

Lorena Fica

Lorena é pentacampeã nacional de surfe e vice-campeã sul-americana da World Surf League. Ela é a surfista chilena mais bem classificada na World Surfing League's Qualifying Series e fez parte da equipe chilena que participou do ISA World Surfing Games, realizado em El Tunco, El Salvador, neste mês.

"O que me fez querer ser surfista foi o contato com o oceano; temos uma relação muito boa. Eu realmente gosto de esportes e o surfe ajudou a guiar meu caminho desde que eu era pequeno. O que eu mais gosto é poder me libertar, deixar as coisas fluírem por meio do esporte, me expressar e, ao mesmo tempo, conhecer pessoas, criar um círculo, uma comunidade, onde todos somos iguais na água", explica ela.

Natural de Arica, Lorena afirma que "o Chile é conhecido em todo o mundo por seu surfe, por suas ondas, por suas esquerdas perfeitas e ondas gigantescas, bem como por suas ondas tubulares. O norte do Chile é conhecido por suas ondas realmente tubulares e o sul por suas esquerdas perfeitas. Em ambos os lugares (norte e sul), as ondas gigantescas do oceano ultrapassam os cinco metros de altura".

Cristián Merello

Classificado entre os dez melhores do mundo no Big Wave Tour 2015-2016, o surfista de ondas grandes de Pichilemu (região de O'Higgins) diz que o surfe sempre o interessou, pois costumava ver surfistas de todo o mundo irem ao hotel de sua mãe em Pichilemu. "Eu me apaixonei pelo surfe depois de experimentá-lo pela primeira vez quando tinha 11 anos de idade. Até hoje, não saí da prancha (...) Poder surfar uma onda enorme que está viajando por quilômetros e quilômetros e sentir aquela adrenalina é incrível".

"Nosso país tem ondas grandes e perfeitas que podem ser comparadas às melhores do mundo, como Havaí, Portugal e México. O Chile tem um potencial semelhante. Somos um país de surfe", afirma.

Rafaella Montesi

Com apenas 14 anos de idade, a surfista Rafaella Montesi já conquistou grandes triunfos: campeã sub-12 no Campeonato Sul-Americano de Surfe Infantil realizado na Colômbia (2019) e medalhista de bronze sub-14 no Campeonato Sul-Americano de Surfe Infantil, realizado mais uma vez na Colômbia (2020).

"Sempre gostei de praticar esportes. Quando eu tinha três anos, aprendi a esquiar; era o que fazíamos em família, com meus pais, tias, tios e avós. Mais tarde, mudei do esqui para o snowboarding e adorei. Foi aí que começou minha curiosidade pelos esportes de prancha. Estar em contato com o mar, ao ar livre, é a melhor sensação do mundo", explica ela.

"Por ser um país litorâneo com extensas costas e muitas praias, com diferentes tipos de ondas e diferentes climas, o Chile é um país que pode promover o turismo por meio do surfe. Há ondas enormes, como em Pichilemu e Arica, onde já foram realizados campeonatos mundiais".

Estela López

Estela é uma surfista de 15 anos de Navidad (Região de O'Higgins), que também fez parte da equipe chilena que participou dos ISA World Surfing Games em El Salvador. Ela ficou entre as 21 primeiras colocadas e por pouco não se classificou para os Jogos Olímpicos de Tóquio. "É um dos campeonatos mundiais mais difíceis da história, então fui dar o meu melhor sem esperar um grande resultado, apenas para chegar o mais longe possível. Portanto, terminar em21º lugar foi incrível, considerando o nível da competição e o número de mulheres que estavam competindo. Fiquei muito feliz e agora quero realmente dar tudo de mim para continuar obtendo melhores resultados", declarou.

Estela diz que ter um surfista classificado para os Jogos Olímpicos será um grande passo para o esporte no Chile. "Com certeza vai ajudar muito o surfe chileno. Agora que temos um surfista chileno competindo nos Jogos Olímpicos, é óbvio que todos vão apoiar mais o esporte no país, especialmente o surfe, porque até agora não teve muito apoio. Isso vai abrir muitas portas para nós que estamos chegando agora", acrescentou.

 

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