As condições ideais dos céus chilenos, bem como a tecnologia de ponta instalada aqui, são alguns dos motivos que atraem estudantes nacionais e internacionais e até mesmo astrônomos estabelecidos para observar e estudar os céus do Chile.
- Céu limpo
"Não há outro país com condições semelhantes. É um paraíso para a astronomia. O deserto do Atacama tem dois aspectos fundamentais para a observação: não há nuvens e há pouca atmosfera entre o telescópio e as estrelas. Essas são as condições ideais para observá-las e às galáxias", diz o astrofísico alemão Matthias Schreiber, professor titular da Universidade Técnica Federico Santa María e diretor suplente do Núcleo do Milênio de Formação Planetária (NPF).
Essa ideia é compartilhada por Thomas Puzia, professor do Instituto de Astrofísica UC, também da Alemanha, que diz que pouquíssimos lugares no mundo têm condições de observação comparáveis às do Chile. "Somente o Havaí, com seus observatórios nos cumes de vulcões inativos, e a Antártica chegam perto da qualidade das observações feitas no Chile continental", diz ele.
- Tecnologia de primeira classe
Não são apenas os céus claros que fazem do Chile um dos melhores lugares para se estudar astronomia, a importante infraestrutura que foi construída aqui é outro motivo. "Muitos observatórios profissionais estão localizados no norte do Chile e investigam o universo em comprimentos de onda ópticos, infravermelhos, sub-mm e de rádio. Os estudantes das universidades chilenas têm uma oportunidade única de observar e coletar conjuntos de dados importantes no início de suas carreiras", diz Puzia.
Schreiber acrescenta que, além do fato de o Chile ter mais da metade dos melhores telescópios do mundo, há um acesso privilegiado para fazer uso deles. "O Chile tem 10% do direito de uso e isso é uma grande vantagem, considerando que o resto do mundo tem que compartilhar os outros 90%. Isso significa que os alunos de graduação e pós-graduação estudarão com os melhores telescópios do mundo. Quando eu estava na Alemanha, isso não era possível. É um acesso privilegiado e fascinante porque eles também estão no meio do deserto, a uma altitude de 5.000 metros", enfatiza.
- Área de trabalho
Com relação ao mercado de trabalho, Schreiber ressalta que a maioria dos doutorandos que foram seus alunos tem um cargo permanente em pesquisa. "Se você estuda no Chile, o nível é tão bom que é possível competir facilmente com alunos formados nos Estados Unidos ou na Europa. O campo de trabalho está crescendo", concluiu.
Esses três motivos fizeram do Chile um lugar tão atraente para estudar os céus, e a frase "Chile, os olhos do mundo" até se tornou popular. Quanto ao interesse de estudantes estrangeiros, o professor da UC diz que todos os anos eles recebem inscrições de estudantes internacionais de todos os continentes. "Devido ao seu potencial único para a astronomia, as universidades chilenas estão se tornando extremamente atraentes para novos estudantes que querem aprender sobre o universo. Embora a pandemia tenha diminuído o número de estudantes devido às restrições de viagem, o interesse continua a crescer e será fortalecido pela próxima geração de telescópios extremamente grandes a serem instalados no Chile", diz ele.
Para estudar astronomia, uma carreira relacionada ou fazer uma pós-graduação no assunto, o Chile tem uma grande lista de universidades, como o Instituto de Astrofísica da Universidade Católica, além da Rede de Instituições de Ensino Superior Learn Chile, composta pela Universidade de La Serena, a Universidade de Valparaíso, a Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso, a Universidade Metropolitana de Ciências da Educação e a Universidade Técnica Federico Santa Maria.
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