Quinhentas mulheres da região de La Araucanía participaram da tentativa, quebrando o recorde mundial estabelecido por tecelãs chinesas em 2017.
No sábado, 21 de maio, a orla marítima de Puerto Saavedra, na região de La Araucanía, foi o cenário de um novo recorde para o Chile: 426 mulheres mapuches organizadas pela Fundación Chilka se reuniram para criar uma tecelagem que se estendeu por mais de um quilômetro ao longo da costa, quebrando o recorde de tecelagem mais longa do mundo.
A façanha, que envolveu mais de um ano de planejamento e divulgação nacional, superou em muito o recorde anterior mantido pela China para uma tecelagem que media 276,41m2. "Queremos que essa peça viaje pelo mundo. Queremos que ela viaje, seja instalada em diferentes territórios e fale por nossos tecelões", explicou Ariel Traipi, Presidente da Fundación Chilka.
"Queremos aumentar a conscientização sobre a tecelagem e sobre o tecelão em seu meio. Queremos destacar paisagens, práticas e ritos culturais. Esta é uma jornada, uma imersão na cultura mapuche. Estamos entusiasmados por termos vencido e sermos coroados como o primeiro grupo indígena do hemisfério sul a estabelecer um recorde mundial", acrescentou.
Valorização do local de origem
A Fundación Chilka é uma das instituições que recentemente passou a fazer parte do Programa de Uso da Marca da Fundación Imagen de Chile, uma iniciativa que oferece vários benefícios aos produtores locais, desde o apoio institucional até o posicionamento e a valorização do local de origem.
"A Imagen de Chile está muito orgulhosa desse registro. Ele mostra como o Chile está criando o futuro a partir de nossas raízes. Nossos povos indígenas estão se posicionando em todo o mundo através da cultura, usando essa tradição ancestral que foi passada de geração em geração. Além disso, a Fundación Chilka faz parte da Marca Chile, que é fundamental para valorizar as origens do nosso país", explicou a diretora executiva do Imagen de Chile, Constanza Cea.
Registro
Mais de 420 tecelões mapuches participaram da tentativa, viajando de lugares tão distantes quanto as regiões de Coquimbo e Los Lagos. Embora 90% dos participantes estivessem familiarizados com a tecelagem tradicional de wixtal mapuche, os organizadores criaram a Escola Ngüren de Arte e Artesanato Mapuche para treinar os tecelões no modelo e no design usados, que foi criado pelo presidente da Fundación Chilka, Ariel Traipi.
Uma tonelada de lã Dohne Merino da Terra do Fogo foi lavada e tingida pela cooperativa de artesãos da comunidade Puren para o projeto. As cores da tecelagem foram inspiradas nas cores fundamentais da cultura mapuche e representam valores que vão de Che Troki Wün (respeito pela pessoa) a Manelüwün (canalização da confiança).