Nesta terça-feira, 3 de janeiro, a Fundación Imagen de Chile convidou os correspondentes da mídia internacional para uma coletiva de imprensa especial para apresentar o programa 2023 do 30º aniversário do Festival Internacional Teatro a Mil, que será realizado em todo o Chile durante o mês de janeiro. Artistas nacionais de renome conversaram com os correspondentes encarregados de contar ao mundo sobre esse festival que ultrapassa fronteiras.
Para comemorar o 30º aniversário do mais importante festival de artes cênicas da América Latina, o Imagen de Chile, juntamente com a Fundación Teatro a Mil, realizou uma conferência no Hotel Crowne Plaza Santiago com a presença de Carmen Romero, diretora do festival; Rossana Dresdner, diretora do Imagen de Chile; e os artistas chilenos Mon Laferte, Paulina García e Alfredo Castro.
Na reunião, foi apresentado o programa deste ano, que inclui 130 shows em todo o país, com apresentações internacionais de 19 países. Além disso, eventos especiais comemorarão o 50º aniversário do golpe de Estado no Chile. A conferência foi encerrada com uma visita à exposição da artista Mon Laferte, criada especialmente para esta edição do festival, no Centro Gabriela Mistral (GAM).
No evento, a cantora e compositora chilena Mon Laferte fez um tour pelos três trabalhos que apresentará no Teatro a Mil: a inauguração de um mural no Estádio Nacional em comemoração ao 50º aniversário do golpe de Estado; a exposição de arte visual que montou no GAM; e um show exclusivo que apresentará na Quinta Vergara.
"Este é um show especial. Chama-se Sola con mis Monstruos e é um formato mais acústico, vou ser acompanhado por um quarteto de cordas e meus monstros, que são esses bonecos gigantes feitos com minhas mãos e uma equipe de trabalho incrível, incluindo minha irmã. Como parte de minhas atividades neste Teatro a Mil. Sinto-me muito honrada em participar e poder fazer minha parte", comentou Mon Laferte.
A diretora do Festival Internacional Teatro a Mil, Carmen Romero, destacou o mural da cantora para fazer referência ao contexto ideológico da 30ª edição do festival, após 50 anos do golpe de 1973. "Começamos hoje com este belo marco artístico, este mural que Mon Laferte pintou com Mono González para marcar este ano especial, que marca o 50º aniversário do golpe. Queríamos estabelecer esse marco a partir das artes porque todos nós queremos esse'nunca mais', então a partir das artes pintamos, fazemos e falamos através da dramaturgia", argumentou o diretor.
O ator chileno Alfredo Castro falou detalhadamente sobre sua participação, que consiste em uma interpretação da peça de Juan Radrigán, Hechos Consumados. "É uma peça chilena emblemática, eu diria um clássico chileno, que repensamos e percebemos sua relevância. É uma peça que foi escrita durante a ditadura, pela ditadura, contra a ditadura e, no entanto, hoje assume uma dimensão que me deixou perplexo ao ouvir a peça. Ela aborda o feminismo, a propriedade privada, a assembleia constituinte, as eleições, a pobreza, a miséria e a mudança climática, é como se Radrigán tivesse sido um vidente", explicou Castro.
Os correspondentes fizeram anotações sobre a extensa programação, que este ano tem uma forte presença internacional, incluindo grandes mostras como Sun & Sea (Lituânia), uma praia subterrânea que ganhou o Leão de Ouro na Bienal de Veneza 2019 e será instalada no coração de Santiago, e Saurian e as testemunhas do espaço sideral (França), um dinossauro gigante que explodirá nas ruas. Além de uma seleção de quase 100 obras nacionais com temas contingentes: movimentos migratórios, violência institucional, povos nativos, mulheres poderosas nas artes cênicas e a comemoração do 50º aniversário do golpe de Estado.