07 de abril de 2022 #Negócios e exportações

De tecnologia a alimentos saudáveis, empresas internacionais buscam investir no Chile

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O Chile se estabeleceu como um destino atraente para empresas estrangeiras que buscam expandir-se na América Latina em uma ampla gama de setores. Aqui há uma série de empresas que estão apostando no Chile para construir desde a primeira fábrica de reciclagem de pneus do mundo até o mais moderno centro de dados. Por quê? Descubra com seus executivos.

O Chile é classificado como o país mais competitivo da região pelo Fórum Econômico Mundial; o mais atraente para investimentos pelo Milken Institute e até mesmo o país mais seguro para investir na América Latina, de acordo com a Economist Intelligence Unit. Além disso, é um dos países mais confiáveis da região para fazer negócios, de acordo com a revista Forbes. Portanto, não é surpreendente ver que há várias empresas que hoje escolhem o Chile para inovar, expandir e comercializar novos produtos e serviços. Como explicam, entre os principais motivos estão regras claras de negócios, uma ampla rede de acordos comerciais, disponibilidade de talentos e excelentes condições para a inovação.

Um dos desafios atuais mais urgentes é, sem dúvida, o aquecimento global e a necessidade de gerar energias renováveis que nos permitam eliminar a dependência global dos combustíveis fósseis. O Chile tem estado na vanguarda dessa questão, devido a suas condições geográficas, mas também por sua capacidade de atrair talentos. No ano passado, na região de Antofagasta, foi inaugurado o Cerro Dominadora maior usina de energia solar térmica da América Latina, com capacidade para abastecer aproximadamente 380.000 residências e reduzir a emissão de cerca de 640.000 toneladas de CO2 por ano. "O Chile se tornou líder na transição energética e na instalação de energias renováveis", diz Fernando González, CEO da Cerro Dominador. "Estamos localizados no deserto com a melhor radiação do mundo e acreditamos que é uma boa aposta continuar trabalhando com energias renováveis no país", acrescenta.

Também em termos de sustentabilidade, uma iniciativa sem precedentes está ocorrendo na mesma região de Antofagasta, na Bahia Verde, onde a Michelin construiu a primeira fábrica de reciclagem de pneus de mineração da empresa francesa no mundo. "O Chile é um país com um ambiente de negócios saudável e políticas econômicas sólidas. É um país que acredita na sustentabilidade, assim como nós, e é por isso que, como empresa, decidimos construir nossa primeira fábrica de reciclagem de pneus no mundo aqui", diz Carla Allende, gerente de marketing da Michelin para o Chile, Peru e Bolívia. Quando estiver totalmente operacional, o centro terá a capacidade de reciclar 30.000 toneladas de pneus de mineração em fim de vida útil por ano.

O Chile também se posicionou como um ímã para empresas de tecnologia. Em 2020, a empresa americana Microsoft anunciou seu plano "TransformaChile #ReactivaciónDigital", um projeto que visa construir uma região de centros de dados no país e gerar 51.000 empregos em quatro anos. "Reforçamos nosso compromisso de longo prazo com o país, anunciando nosso investimento mais significativo em território nacional, que busca contribuir para o desenvolvimento e promover a recuperação econômica do país", diz Sergio Rademacher, gerente geral da Microsoft Chile. Outra empresa de tecnologia que está fortemente comprometida com o Chile é a Oracleque, depois de inaugurar seu primeiro data center no país em 2020, anunciou no ano passado a construção de um segundo, e seu diretor executivo disse que o Chile está destinado a se tornar um centro de desenvolvimento tecnológico.

No mesmo setor, a também americana Evernote, que permite capturar, armazenar e sincronizar arquivos, anunciou em 2019 a instalação no Chile de seu primeiro centro de desenvolvimento de software fora dos Estados Unidos. "Em 2019, iniciamos um centro de desenvolvimento no Chile por dois motivos: disponibilidade de talentos e regras de negócios simples, claras e consistentes. Até agora, empregamos mais de 60 pessoas e esperamos continuar crescendo em 2022", diz Francisco Mardones, diretor executivo da Evernote para o Chile. "As empresas de tecnologia estão constantemente buscando talentos, e a Evernote não é exceção", acrescenta.

Os alimentos saudáveis também se mostraram atraentes para os investidores estrangeiros. Um exemplo é a The Live Green Co, uma empresa que, com base em um algoritmo chamado Charaka, nos permite substituir aditivos químicos em produtos que normalmente consumimos por substitutos à base de plantas, além de produzir embalagens 100% degradáveis. Sua criadora, a empresária indiana Priyanka Srinivas, decidiu fundar sua empresa no Chile e não em seu país natal. "Muitas vezes me perguntam por que o Chile? Acredito que o Chile teve um papel fundamental no sucesso da The Live Green Co", diz Srinivas, explicando que isso se deve a vários motivos: "O mercado chileno se comporta de maneira muito semelhante ao de países desenvolvidos como os Estados Unidos, portanto, é um mercado incrível para testar, aprender e comercializar sua ideia antes de se tornar global. O segundo motivo são os acordos comerciais que o país mantém com mais de 60 países e organizações como ProChile e InvestChile, que realmente ajudam a abrir essas portas. Por fim, o apoio de instituições governamentais como a Corfo e a Startup Chile", acrescenta. Por fim, ele diz que o mais importante são as pessoas no Chile, que são extremamente abertas a novas ideias, tecnologias e estilos de vida.

Além disso, a multinacional Nestlé tem agora 80 marcas em 12 categorias, e continua crescendo. "Continuamos buscando novas oportunidades para operar no país. Um exemplo disso é a recente aquisição do chocolate fino La Fete, uma marca 100% chilena, porque esperamos continuar expandindo nossa presença e compromisso com os chilenos", diz Andrés Eyzaguirre, gerente de assuntos corporativos da Nestlé no Chile.

Também no setor de consumo de massa, a multinacional Unilever opera no Chile há quase um século por meio de suas diversas marcas. "O Chile é um país inovador, por isso o escolhemos e apostamos nele como um centro de testes para muitos de nossos produtos em nível global. É um país em crescimento com uma consciência ambiental cada vez mais relevante", diz Nuria Hernandez, country manager da Unilever Chile.

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