A pesquisa foi publicada na última edição da revista científica IEEE Transactions on Terahertz Science and Technology e foi realizada por engenheiros e pesquisadores das Universidades do Chile e de Groningen (Holanda).
"Projetamos antenas que atendem aos requisitos a serem usados em futuros receptores radioastronômicos, como os usados pelo ALMA", explicou Daniel Montofré, um estudante de doutorado duplo em Instrumentação Astronômica na Universidade do Chile e no Instituto Kapteyn de Astronomia da Universidade de Groningen, na Holanda.
"O equipamento também será mais barato do que a tecnologia atual e, portanto, poderá ter aplicações comerciais, como câmeras de segurança capazes de ver através de objetos físicos e sistemas de comunicação de altíssima velocidade", disse Rocío Molina, engenheiro do laboratório de ondas milimétricas do Departamento de Astronomia da Universidade do Chile e pesquisador do Centro de Astrofísica do CATA.
O projeto das antenas levou cerca de 14 meses. As medições foram realizadas na Holanda, incluindo simulações de computador altamente complexas, enquanto sua construção foi desenvolvida no Chile.
O projeto usou a Banda 6 da faixa milimétrica/submilimétrica (211-275 GHz), que é hoje uma das bandas mais importantes do interferômetro de rádio ALMA.
"Com essa banda, foram obtidas ótimas imagens do cosmos, como a primeira captura de um buraco negro. Por outro lado, nosso colega europeu está trabalhando em um novo receptor de Banda 6. Se tudo der certo, nossas antenas poderão ser usadas nesses receptores astronômicos", concluiu Montofré. "No laboratório, estamos convencidos de que a inovação é fundamental e procuramos incorporá-la a cada um de nossos projetos. Hoje, as possíveis aplicações são câmeras de segurança, mas em um futuro não muito distante, outras poderão ser adicionadas, basta termos paciência, pois temos o capital humano", disse Molina.