04 de novembro de 2022 #Knowledge & Ciência

Antártica, sensor de mudança climática

Configurações de acessibilidade

No Dia da Antártida Chilena, contamos por que o Continente Branco é um território-chave para estudar os efeitos do aquecimento global e prevenir cenários climáticos futuros.

No início do ano, o Chile lançou o Observatório de Mudanças Climáticas, uma plataforma que coleta e compartilha dados de uma rede de sensores estrategicamente localizados em todo o país, de Visviri, no norte, à Antártida, no extremo sul. O objetivo é coletar informações para formular políticas públicas baseadas em evidências científicas.

O Polo Sul é uma parte crucial deste projeto, pois regula muitos eventos climáticos que acontecem no Chile. Por exemplo, as altas temperaturas registradas na Antártida em março de 2015 coincidiram com chuvas na região do Atacama na mesma data. Serão instalados 20 sensores no Território Antártico Chileno para entender melhor a relação entre esses fenômenos e os efeitos do aquecimento global no Continente Branco, bem como prevenir cenários climáticos futuros.

O primeiro deles foi instalado na Estação Glaciar União, em dezembro de 2021. Até o momento, quatro sensores foram instalados, os demais na Base Profesor Julio Escudero, na Base Yelcho e na Base Antártica Teniente Luis Carvajal Villaroel.

"A importância do projeto de dotar a Península Antártica de uma rede de sensores latitudinais conectados a um cérebro em Punta Arenas consiste basicamente em medir os efeitos de um fenômeno que tem várias expressões físicas. As estações medirão muitos parâmetros através de sensores altamente complexos que registrarão e transmitirão temperatura, pressão e parâmetros mais complexos, como albedo e radiação solar em tempo real. Esse grande número de sensores vai colaborar para montar imagens de um continente para o qual temos pouquíssimos dados, e que sabemos que tem uma influência muito poderosa no clima global, principalmente no Chile", afirmou o diretor do Instituto Antártico Chileno, Marcelo Leppe.

A espinha dorsal da rede de sensores na Antártida abrange 2.118 quilômetros lineares, desde a já mencionada Base Professor Julio Escudero até a Estação Polar Científica Conjunta Glaciar União. É a rede mais meridional de sensores permanentes que o país instalou até agora na Antártida.

Esses dispositivos são capazes de medir a velocidade e direção do vento, radiação solar, temperatura do ar, da água e do solo, umidade relativa, precipitação, profundidade da neve, nível e temperatura do mar, além de outros fatores climáticos. Por essas razões, os sensores são uma ferramenta extremamente valiosa para entender melhor a dinâmica dos ecossistemas antárticos e, por sua vez, elaborar futuros modelos de desenvolvimento baseados em informações científicas de qualidade.

Boletim informativo

Imagem do Chile